Tendência de Casamentos Mais Econômicos no Brasil


Os casamentos no Brasil estão passando por uma transformação significativa, com os noivos adotando uma abordagem mais econômica e realista. Um estudo recente, realizado pelo Serasa em colaboração com o site Casar.com e a plataforma Assessoria VIP, revela que os casais estão cada vez mais atentos ao controle financeiro ao planejar suas cerimônias. Dos casais entrevistados, 53% fazem orçamentos detalhados antes do casamento, mas apenas 17% conseguem gastar exatamente o valor previsto. Este número representa uma queda em relação a 2024, quando 33% dos casais atingiam suas metas orçamentárias.
Essa mudança de comportamento reflete um cenário econômico mais restrito, onde os casais precisam ajustar suas expectativas ao orçamento disponível. Aproximadamente um terço dos casais planeja gastar até R$ 20 mil, porém, apenas um em cada cinco realmente atinge essa cifra. Essa cautela financeira também se reflete no endividamento: 64% dos entrevistados afirmam que não contraíram dívidas para realizar o casamento.
Planejamento Financeiro e Apoio Familiar
A preocupação com o equilíbrio entre o sonho do casamento e a realidade financeira é um ponto central para muitos casais. Camila Piccini, sócia e fundadora do Casar.com, destaca que os noivos estão priorizando experiências significativas, mas dentro de suas possibilidades financeiras. Essa abordagem é essencial para evitar que o sonho do casamento se transforme em um pesadelo financeiro no futuro.
A ajuda financeira da família desempenha um papel crucial nesse contexto, com 54% dos casais recorrendo ao apoio familiar para cobrir os custos da cerimônia. Laisse Francisco, especialista do Serasa em educação financeira, ressalta a importância de realizar o sonho do casamento com consciência financeira, evitando que a celebração se torne uma fonte de estresse financeiro.
O Papel da Assessoria Financeira e o Tamanho das Festas
Para muitos casais, o planejamento financeiro conjunto é suficiente para criar um orçamento adequado. Seis em cada dez casais afirmam que a colaboração entre os cônjuges foi essencial para definir os gastos antes do casamento. Além disso, 26% dos entrevistados optaram por contratar uma assessoria financeira profissional para auxiliar na organização da festa. O papel dos assessores é fundamental na escolha dos fornecedores e na definição de detalhes cerimoniais, garantindo que os gastos se mantenham dentro do planejado.


Outra tendência observada é a redução no tamanho das festas de casamento. Entre 2024 e 2025, as mega festas com mais de 250 convidados diminuíram de 13% para 8%. Em contrapartida, as celebrações menores, chamadas de intimistas, que contam com 50 a 100 convidados, aumentaram de 31% para 38%. Essa mudança reflete uma preocupação crescente com a qualidade da experiência oferecida aos convidados, como explica Camila Piccini. Os casais estão investindo em detalhes personalizados que tornam a celebração mais significativa e memorável.
Tendências Internacionais em Casamentos
A tendência de casamentos menores e mais econômicos não é exclusiva do Brasil. Nos Estados Unidos, a plataforma The Knot, especializada em serviços para casamentos, aponta que as cerimônias também estão se tornando mais enxutas. Essa mudança é especialmente evidente entre as gerações Z e os millenials, com idades entre 18 e 43 anos. Em 2024, um em cada três novos casamentos nos EUA foi realizado por casais da Geração Z, com uma média de 131 convidados. Os millenials, por sua vez, convidam em média 113 pessoas para suas cerimônias.
Além disso, o custo por convidado nos casamentos americanos também está em declínio. Em 2023, o custo médio por participante era de US$ 304, enquanto em 2024 esse valor caiu para US$ 284. Essa redução reflete um esforço contínuo dos casais para equilibrar o desejo de uma celebração memorável com a necessidade de manter as finanças sob controle.
Realizar o sonho é possível, mas deve ser feito com consciência financeira.
| Ano | Porcentagem de Casais que Gastaram o Valor Previsto |
|---|---|
| 2024 | 33% |
| 2025 | 17% |
Fonte: valorinveste.globo.com

