A Transformação das Famílias Brasileiras


O Brasil está vivenciando uma transformação significativa na forma como as famílias são constituídas. Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que, pela primeira vez, as uniões consensuais superaram os casamentos formais. Atualmente, 38,9% das uniões no país são consensuais, enquanto os casamentos civis ou religiosos representam 37,9%. Essa mudança reflete uma busca por formas mais simples e livres de viver juntos, afastando-se da antiga obrigação social do casamento formal.
Essa nova realidade, no entanto, traz à tona a necessidade de discutir a segurança jurídica e a proteção patrimonial. A liberdade de escolher não casar não deve resultar em vulnerabilidade legal. Muitos casais constroem vidas juntos sem formalizar suas uniões, o que pode levar a complicações legais em caso de separação, doença ou morte.
A Importância da Proteção Jurídica
Vivenciar uma união sem formalização pode ser uma escolha consciente, mas é crucial que essa decisão seja acompanhada de medidas de proteção patrimonial. Sem a devida formalização, o Estado aplica a lei de maneira que nem sempre reflete a vontade dos envolvidos. Portanto, é essencial que casais modernos também sejam previdentes e busquem formas de proteger seus bens e interesses.
Existem três instrumentos jurídicos fundamentais que podem ser utilizados para garantir essa proteção: a holding patrimonial, a doação de bens em vida e o testamento. Cada um deles oferece maneiras de assegurar que o patrimônio construído ao longo da vida seja protegido e distribuído de acordo com a vontade dos proprietários.
Holding Patrimonial: Um Escudo Protetor
A holding patrimonial é uma ferramenta poderosa para a proteção de bens familiares. Ao transferir imóveis para uma empresa criada especificamente para administrá-los, os casais conseguem separar os riscos empresariais da vida familiar. Isso ajuda a evitar penhoras indevidas e facilita a sucessão entre gerações, oferecendo um ‘escudo protetor’ para o patrimônio.
Embora essa prática seja comum em outros países, no Brasil ela está apenas começando a ganhar popularidade. A holding patrimonial é uma estratégia eficaz para proteger o patrimônio familiar em um cenário de incertezas econômicas e riscos crescentes no ambiente de negócios.
Doação de Bens em Vida e Testamento
Outra estratégia importante é a doação de bens em vida, que pode ser feita com cláusulas específicas para proteger os herdeiros de disputas futuras. Cláusulas de incomunicabilidade, inalienabilidade e usufruto vitalício são exemplos de medidas que podem ser adotadas para garantir que os bens doados não sejam partilhados em caso de divórcio ou vendidos por imaturidade dos herdeiros.
O testamento, por sua vez, é uma ferramenta essencial para assegurar que a vontade do proprietário dos bens seja respeitada após sua morte. Apesar de ainda haver resistência cultural em relação ao testamento, ele é um ato de organização que evita litígios e desentendimentos, permitindo que a pessoa decida o destino de suas conquistas de forma clara e precisa.
A Necessidade de Segurança Jurídica
Independentemente da forma de união escolhida, seja casamento, união estável ou outros arranjos familiares, a segurança jurídica deve ser uma prioridade. A proteção do patrimônio e a garantia de que a vontade dos envolvidos será respeitada são fundamentais para evitar conflitos e preservar a integridade das relações.
Casar é uma escolha, mas proteger a família e os bens é uma necessidade. A busca por formas modernas de viver em união deve ser acompanhada de medidas que assegurem a proteção legal e patrimonial, garantindo que as famílias possam viver com tranquilidade e segurança.
Casar é opcional. Proteger a família, o patrimônio e a própria vontade é fundamental.
| Tipo de União | Percentual |
|---|---|
| Uniões Consensuais | 38,9% |
| Casamentos Formais | 37,9% |
Fonte: monitormercantil.com.br

